"A razão não pode aceitar processos criminais por atos de misericórdia". Em Moscou, esposa de um dos Testemunhas de Jeová condenadas é multada
MoscovoCinco meses atrás, a moscovita Mariya Pankova, 51 anos, recebeu seu marido, Sergey Tolokonnikov, nos portões da colônia penal onde ele havia cumprido uma sentença por sua fé. Agora ela mesma foi punida — uma multa de 500.000 rublos. Essa decisão foi anunciada pelo Tribunal Distrital de Savyolovskiy, em Moscou, em 26 de novembro de 2025.
"No início do julgamento, [o promotor] respondeu à minha declaração dizendo que eu não entendia completamente as acusações contra mim dizendo que meu advogado poderia explicar tudo se algo não estivesse claro. Mas o advogado fez a mesma pergunta... Não houve resposta; nunca recebemos uma", disse Mariya em sua declaração final. O promotor solicitou que o crente fosse enviado para uma colônia penal por 2,5 anos por frequentar cultos cristãos.
A família de Mariya e Sergey está sob perseguição há mais de quatro anos. Sergey passou quase todo esse tempo sob custódia. A crente descreveu seus sentimentos assim: "Moramos juntos por 27 anos, e agora estou sozinha... Me senti como um pequeno vagão de trem que estava se movendo suave e alegremente ao longo dos trilhos da vida atrás de uma locomotiva, que de repente foi tirada. E agora o carro precisa mover toda a carga sozinho por uma estrada difícil — às vezes empurrando, às vezes arrastando, e às vezes chorando impotente perto das rodas." Durante esse período, Mariya teve que cuidar sozinha da mãe de 78 anos com deficiência, e da sogra.
A investigação contra Pankova começou dois meses antes da libertação do marido. "Tenho sérios problemas de saúde", compartilhou o crente, "e desde que o caso criminal apareceu, eles pioraram." A situação ficou ainda mais difícil na véspera do veredito: Mariya desenvolveu dores severas na coluna espinal e, por vários dias, não conseguiu ficar nem em pé nem sentar. No mesmo período, sua sogra faleceu.
"Quando fui separada do meu marido, a confiança em Deus, como uma âncora, me impediu de cair no desespero e no pânico", recorda Mariya. "Quando a acusação criminal chegou até mim, percebi que precisava desenvolver ainda mais confiança."
A perseguição a cônjuges e familiares já se tornou uma "assinatura" das forças de segurança russas. As palavras de Mariya refletem os sentimentos de muitos crentes em circunstâncias semelhantes: "A razão não pode aceitar a acusação criminal por fé e atos de misericórdia no mundo de hoje."

